O The Pretty Reckless estourou mundialmente com o single “Make Me Wanna Die” em 2010. A face da banda, a ex-atriz Taylor Momsen, abandonou as telas após uma dezena de filmes (entre os mais conhecidos Fomos Heróis e O Grinch) e quatro temporadas fazendo parte do elenco principal da série Gossip Girl. O sacrifício foi para perseguir o sonho na música com dedicação exclusiva. A aposta deu certo e conquistou fãs em todos os cantos do globo. Em 2012 a banda visitou o Brasil pela primeira vez, arrastando milhares de jovens para as apresentações que divulgavam o disco debut Light Me Up, de 2010, e o EP Hit Me Like a Man, de 2012. Cinco anos depois, os adolescentes viraram adultos. Alguns (boa parte, na verdade) permaneceram fidelizados e marcaram presença na turnê. Mas a ainda encontra-se boa parte – mais da metade, eu diria – de jovens que conheceram a banda entre os dois álbuns mais recentes (Going To Hell, de 2014, e Who You Selling For, de 2016). Nós fomos conferir a apresentação do The Pretty Reckless no Rio de Janeiro, que abriu a turnê no Brasil.
Com público moderado, o Vivo Rio comportou pouco mais do que metade da lotação da casa em uma produção impecável realizada pela Move Concerts. A boa notícia é que era possível ver o show muito bem de qualquer lugar. O show do The Pretty Reckless no Rio de Janeiro deveria ser o segundo da turnê, que iniciaria por Curitiba. Devido a uma questão de saúde da vocalista, a banda teve que adiar a apresentação na capital paranaense. Isso deixou alguns aflitos sobre como estaria a qualidade vocal de Taylor no show. Preocupação que se provou tola, como você pode ver no vídeo que produzimos abaixo mostrando trechos do show:
Apesar de estar com febre e com a garganta comprometida, se houve alguma falha não foi algo gritante. Não a ponto de ser notado por um público tremendamente cativado pelo domínio de palco do The Pretty Reckless. Mesmo os haters do quarteto (que não são poucos) teriam que dar o braço a torcer ao vê-los ao vivo. Energia de início ao fim, Taylor é incansável. A atitude lembra muito o rock n’ roll old school, a performance é exagerada na medida certa.
A escolha do setlist foi bastante democrática. Como alguém que está mais familiarizado com o primeiro disco, pensei que ficaria boiando boa parte do show. Um engano feliz, pois a lista de músicas apresentadas visita diversos momentos da jovem e promissora carreira da banda. Você poderá ver o setlist completo no final desse post, mas citaremos alguns destaques.
O show abriu com a excelente “Follow Me Down“, do segundo CD, voltou no tempo com “Since You’re Gone“, do primeiro, e pulou para “Oh My God” do álbum mais recente. As três primeiras canções já ditavam que a noite seria uma celebração de todas as fases da banda sem economizar energia. O entrosamento entre os membros parece funcionar, embora os holofotes sempre apontem para Taylor (com alguma ação coadjuvante do guitarrista Ben Philips). Em geral, o amadurecimento da banda fica evidente tanto na música quanto no visual. Dessa vez, recebemos uma vocalista mais comportada e sombria, cujo rosto era por muitas vezes difícil de enxergar, criando uma atmosfera de mistério que apenas enriquecia a apresentação. Veja as fotos abaixo (clique para expandir):
Taylor humildemente pede ajuda do público para cantar o hit “Make Me Wanna Die“. Os fãs não decepcionam e abrilhantam a execução da canção com um coral altíssimo e fenomenal. Mas não demora para percebemos que, mesmo preocupada com a voz, ela domina a música com perfeição. Momentos semelhantes se repetiram em “Zombie” e em “Going To Hell“. Destaque para esta última, onde Momsen dividia os vocais do refrão com a audiência, apontando o microfone para os fãs cantarem em um gesto que me fez pensar “ok, eu gostaria de ter uma banda só para poder imitar isso“.
E falando em “Zombie“, a canção não estava no setlist previsto para o Rio de Janeiro. Outro ponto alto do show (e que tem se tornado uma atitude rara hoje em dia) foi a maneira como o quarteto atendeu aos pedidos dos fãs. Além desta canção, nada menos do que a música de encerramento foi alterada devido aos gritos do público clamando por “Going Down“.
O The Pretty Reckless ainda carrega o estigma de ser uma banda de rock para adolescentes. Mas isso tem sido alterado progressivamente e é questão de tempo para que o respeito à musicalidade seja dado. Aliás, convenhamos, existem bandas que carecem de qualidade musical e ganham visibilidade e velório meteóricos. O The Pretty Reckless, entretanto, não foi uma moda de verão. Pelo contrário, é incrível a repercussão que já conquistaram com menos de 10 anos de carreira.
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Setlist do The Pretty Reckless no Rio de Janeiro
Follow Me Down
Since You’re Gone
Oh My God
Hangman
Make Me Wanna Die
My Medicine
Prisoner
Sweet Things
Light Me Up
Who You Selling For
Just Tonight
Zombie
Heaven Knows
Going to Hell
Take Me Down
Goin’ Down
Tags: Ben Phillips • Taylor Momsen • The Pretty Reckless
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