Hangar: Mais Forte do que Nunca
Postado em 10 de dezembro de 2018 @ 23:26 | 3.164 views


Nos dias 1º e 2 de dezembro, fomos até a capital gaúcha Porto Alegre para passar o final de semana em dois eventos que incluíam o baterista Aquiles Priester: uma masterclass e a apresentação do Hangar no 9° RS Metal.

A nossa primeira etapa foi às 16h do dia 1º, no Complexo Artístico RR44 (mesmo local de onde transmitimos o Espresso da Música). Entre 15 e 20 bateristas tiveram a oportunidade de uma conversa intimista com Aquiles sobre exercícios com demonstrações práticas, dicas e trajetória.

 

 

Apesar da grande habilidade de Aquiles, o que mais impressiona no seu masterclass (até mesmo quem não toca bateria) é sua história. O patamar atingido não se deve unicamente ao talento, mas sim a uma dedicação sobre humana em querer atingir a perfeição. Em média 8 horas diárias de treinamento e muitas oportunidades de lazer dispensadas em busca de um objetivo. O nível técnico atingido por Aquiles vem, claramente, de um grande sacrifício que o músico escolheu fazer em diversos momentos de sua juventude.

No dia seguinte, às 19h, iniciou no tradicional Bar Opinião a nona edição do festival RS Metal, que celebra bandas históricas de metal do Rio Grande do Sul. Veja abaixo a cobertura em vídeo:

 

 

A Gueppardo é uma banda que retrata uma fase muito clássica do hard/glam. Com muita qualidade técnica, o que mais impressiona é o fato da banda trazer letras em português sem perder a identidade do hard clássico norte-americano.

A segunda foi a Rebaellium, banda de death metal que está completando 20 anos de carreira e deixou sua marca na música extrema gaúcha. Em março deste ano, a história da banda sofreu uma grande baixa com a morte do guitarrista Fabiano Penna. Após uma turnê de 22 shows pela Europa, Penna foi internado em São Paulo por causa de uma bactéria que contraiu durante a viagem. Depois de 5 dias internado na UTI, Penna faleceu aos 42 anos de idade.

O início da apresentação do Rebaellium foi marcado com uma emocionante homenagem ao Penna. Homenagem que comoveu a banda e deu energia extra para um show surpreendente.

A terceira apresentação foi da banda Panic. Também uma banda icônica do sul do Brasil, já teve entre seus membros o guitarrista Eduardo Martinez (que participou do Hangar durante longos anos), Eduardo Pisca (da Pisca Produtora, que estava organizando o evento) e o baterista Hércules Priester (irmão de Aquiles). Ao fim, uma grande celebração com diversos músicos que deixaram sua impressão na história do metal, como Flávio Soares (da Leviaethan).

O show de encerramento da noite foi o Hangar, que atualmente excursiona divulgando o CD e o DVD Stronger Than Ever. Veja abaixo nossa entrevista com os integrantes da banda:

 

 

A atual formação do Hangar conta com os membros fundadores Aquiles Priester (bateria) e Cristiano Wortmann (guitarra), o baixista Nando Melo (desde 1999) o tecladista Fábio Laguna (desde 2001) e o vocalista Pedro Campos (desde 2013).

O show impressiona em técnica e energia. A última música possui a mesma pegada da primeira, mostrando que os integrantes estão dedicados a manter a resistência física em dia pra não diminuir a qualidade ao longo do show.

O reconhecimento de Aquiles é algo justo e falar dele é chover no molhado. Além de grande músico, alguém com uma mente preparada para os negócios. Traz uma bateria que se tornou um ponto turístico do heavy metal. É, no mínimo, muito inteligente criar esse vínculo. Na sua fala, no seu comportamento e na sua maneira de conduzir a carreira, fica claro que Aquiles nãos e preocupa apenas com a música, mas sim em dar valor a uma marca (o que sem dúvidas contribui com o reconhecimento do nome dele e do Hangar).

Já Laguna e Wortmann são integrantes a se estudar com dedicação caso você queira melhorar sua performance no palco. Costuma se acreditar que o tecladista é uma figura um pouco apagada em uma banda, e Fábio Laguna dá uma aula de como evitar esse estigma. Já Cristiano (um frontman nato, como você pode notar com facilidade na sua outra banda chamada ZeroDoze), além de ter uma ótima movimentação sem afetar a qualidade da execução das músicas, contribui muito com a divisão de vocais com Pedro Campos em algumas canções.

Nando Melo é o coração do Hangar, e nesse show foi fácil notar algo que sempre passou despercebido por mim: sua afinação vocal. É muito interessante como todos os integrantes da banda estão microfonados para colaborarem com backing vocals. O resultado é um som mais encorpado e rico. E, nessa oportunidade, conseguimos ouvir com clareza a voz do baixista, mostrando que ele sabe ter muita qualidade também além das quatro cordas.

E como seu instrumento é seu corpo, o vocalista sempre é o alvo de maior preocupação em um show de alta performance. Pedro Campos surgiu na cena como um menino prodígio, cantando ainda muito jovem em vídeos da internet. O caçula do grupo, agora com 27 anos de idade, é um monstro que consegue executar as músicas de todas as fases da banda sem cansar ao longo de mais de 2 horas de apresentação.

Também integrante da Soulspell Metal Opera e do Age Of Artemis, Pedro está muito solto no palco e com uma desenvoltura superior ao que lembrava das demais apresentações que vi dele. Principalmente considerando a cara de pau ao incorporar Axl Rose em um cover de Sweet Child O’ Mine que encerrou a apresentação.

 

 

Outro ponto alto da noite foi a participação do primeiro vocalista da banda, Michael Polchowicz. Michael possui um timbre agudíssimo e uma performance invejável. Inclusive, escalou a estrutura de iluminação do palco para dividir os vocais com Pedro… Um no solo e outro há quase 10 metros de altura.

Em um setlist que traz diversas músicas do Stronger Than Ever misturadas com grandes clássicos construídos ao longo dos 21 anos de carreira, esse talvez seja o melhor Hangar já visto até o momento. A banda possui ainda alguns shows marcados até o fim da turnê e já prometeu em nossa entrevista mais datas para 2019.

Portanto, continue ajudando o cenário nacional. Principalmente em um show dessa qualidade de produção e técnica, com um ingresso completamente acessível. A principal mensagem aprendida ao ir em uma apresentação do Hangar é como o público, de fato, é o grande responsável pela sobrevivência de uma cena. Não perca a chance de assistir ao Hangar, mais forte do que nunca.

 

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Formado em jornalismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) desde 2014, iniciou a jornada nesse meio colaborando em diversos sites especializados em rock e heavy metal ainda em 2007. Fundador do Heavy Talk.

 
Categoria: Entrevistas · News · Resenhas
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