Angra comemora 20 anos de Holy Land em Porto Alegre
Postado em 23 de maio de 2016 @ 18:14 | 2.347 views


Vivendo uma de suas melhores fases dos últimos anos, o Angra volta a Porto Alegre na mesma semana em que inicia a tour de 20 anos do Holy Land, o segundo CD da banda lançado em 1996 ainda com Andre Matos nos vocais.

 

Foto do Angra se apresentando no palco do bar Opinião em Porto Alegre.

 

Duas décadas depois, somente Rafael Bittencourt estava presente da formação original. O guitarrista ajudou a criar o grupo no inicio dos anos 90, projetando o metal brasileiro para o mundo ao lado de nomes como Sepultura e Krisiun.

Com Kiko Loureiro ocupado no Megadeth, a vaga atualmente é ocupada pelo grande guitarrista Marcelo Barbosa (Almah) e conta também com o italiano Fabio Lione nos vocais. A apresentação do Angra aconteceu no lendário Opinião, sob produção da Pisca, em mais uma noite nublada na capital gaúcha.

Com a casa praticamente lotada, eis que “Newborn Me” inicia os trabalhos e mostrando a força do último álbum de inéditas, Secret Garden. No meio da canção já era possível perceber que Fabio Lione teria a plateia em suas mãos durante o show inteiro.

Waiting Silence” deu sequência ao show lembrando os tempos de Temple of Shadows. Com uma execução técnica exatamente igual ao do CD, foi possível relembrar um dos maiores sucessos dos tempos da fase nova era.

Depois de algumas poucas palavras saudando os fãs, Fabio anunciou “Wings of Reality” do último CD com Andre Matos nos vocais. Interessante foi observar a forma como Lione interpretou a canção, colocando uma voz grave na canção.

De repente foi anunciado que começaria a execução do Holy Land na íntegra. Um pouco estranho, pois geralmente quando uma banda executa algum CD inteiro na sequência se inicia com ele ou fica para a segunda parte do show. Sem mais delongas, eis que um dos maiores CDs da música brasileira teve início.

A belíssima intro de “Crossing” deu sequência ao grande hit “Nothing to Say“. Impossível não bater cabeça ouvindo o riff inicial. Uma pena Lione não executar alguns agudos característicos da fase Matos.

Silence and Distance” sempre foi uma canção complicada de tocar, principalmente pela melodia vocal ser algo bem suave. Bom ver que Lione tem várias facetas em sua voz e tirou de letra ao lado da excelente cozinha com Bruno Valverde (bateria) e Felipe Andreoli (baixo) mostrando um entrosamento bem elaborado.

 

Foto do Angra se apresentando no palco do bar Opinião em Porto Alegre.

 

Toda banda tem sua Stairway to Heaven, e quem sabe a do Angra seja “Carolina IV” com seus longos minutos e passagens instrumentais extremamente técnicas. Essa é uma das canções que mostra o ritmo latino que fez de Holy Land um cartão posta do metal brasileiro.

Holy Land“, a canção título, trouxe um Rafael com um pequeno chocalho e em “The Shaman” podemos conferir a energia do jovem Bruno Valverde mostrando que possui o groove dos tempos de Confessori (ex-baterista).

Angra sempre foi conhecido por ter vocais agudos e ao mesmo tempo melodiosos, sendo “Make Bellieve” um belo exemplo de execução aguda e melodiosa. Infelizmente, Fabio não tem a tessitura vocal de Andre Matos, mas consegue levar a audiência na palma da mão. Ainda assim era possível ouvir alguns agudos na plateia na parte final da música, o que arrancou alguns risos dos fãs presentes.

Sinto que jamais saberemos do que se trata a abreviação de “Z.I.T.O.” (chegamos perto, veja no vídeo mais abaixo), mas é possível que seja uma piada eterna da época da gravação. Não é um dos pontos mais altos do CD, mas é sempre bom ouvir sons lado B em um show do Angra.

As luzes se apagam e apenas um banco e um violão mostram outro lado importante do show e do que o Angra representa hoje em dia. Rafael Bittencourt é o único remanescente da formação original da banda, além de ser o único no palco que esteve presente no lançamento e na tour mundial de Holy Land durante 96/97. É tocante ver a maneira como ele ainda coloca sentimento em cada música e em cada acorde de seu violão.

Deep Blue” foi escrita e eternizada na voz do Andre, mas Bittencourt mostrou que não é atoa que ocupa o cargo de mente criativa na banda dando uma nova cara somente com voz e violão.
A última canção que fechou a apresentação comemorativa de Holy Land foi “Lullaby for Lucifer“.

Outra bela interpretação de Rafael e suas emoções executadas ao lado de vários fãs e seu violão solo.
Ainda sentado em um banco e com violão na mão, eis que Rafael executa “Silent Call“, último single lançado no começo desse ano. Com a banda reposicionada no palco, foi a vez de mostrar material novo com a dobradinha “Final Light” e “Storm of Emotions“. Essa última tendo uma bela recepção por parte do público.

Já “Time“, do primeiro CD Angels Cry, não foi um dos pontos altos. Fabio tenta preencher partes destaque da canção com alguns efeitos sonoros, o que por vezes fica estranho. Como toda banda de metal faz em seus shows, a hora do solo havia chegado e foi com Bruno Valverde que presenciamos o quão rápido, técnico e eficiente baterista o Angra se beneficia.

Ainda estupefato pelos rolos de Valverde, mal tivemos tempo para respirar quando “Angels & Demons” deu novo fôlego para a plateia. Impossível não gostar do Temple of Shadows! Estranho é que o Angra ainda não notou que o cover de The Police para “Synchronicity II” não agrada nem os fãs e nem soa interessante ao vivo. Podendo ser facilmente preenchida por qualquer outro clássico da banda. As luzes voltam a ficar apagadas e depois de poucos segundos a banda volta para executar a dobradinha final para o BIS.

As primeiras notas em um violão posicionado no palco faz o publico aplaudir. “Rebirth“, que marcou a volta da banda no começo dos anos 2000, é um verdadeiro HIT. Bem executada por todos, tendo no seu refrão o grande trunfo.

Para fechar a apresentação, mais um clássico do primeiro CD da fase Edu Falaschi (ex-vocalista): “Nova Era“. Com cada vez menos presença no setlist da cultuada “Carry On“, parece que “Nova Era” vem se tornando a música número 1 da nova geração que passou a acompanhar o Angra na metade dos anos 2000.

E foi assim que Porto Alegre viu o show ser finalizado depois de quase duas horas ao som do mais puro metal nacional. Fabio, Bruno, Marcelo, Felipe e Rafael agradecem com sorrisos e mostram que o Angra mudou bastante em sua formação, mas ainda assim a essência permanece eternizada em suas cações.

Assista abaixo a entrevista exclusiva que realizamos com Rafael Bittencourt:

 

 

 

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Categoria: News · Resenhas




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