Entrevista com Helloween: Como Surgiu a Pumpkin United Tour?
Postado em 06 de novembro de 2017 @ 11:28 | 4.865 views


O Helloween acabou de passar pelo Brasil e nós conversamos com o baixista Markus Grosskopf sobre o surgimento e preparo para a turnê de reunião Pumpkin United Tour.

A conversa aconteceu momentos antes do último show da banda no nosso país, em Porto Alegre/RS, curiosamente no dia do Halloween (31 de outubro).

A Pumpkin United Tour celebra o período de ascensão do Helloween, principalmente os três primeiros discos: Walls Of Jericho (1985), Keeper Of The Seven Keys Pt 1 (1987) e Keepers Of The Seven Keys Pt 2 (1988).

No álbum Walls Of Jericho, o responsável pelos vocais da banda era o também guitarrista Kai Hansen. Já nos discos Keepers, Kai restringui-se apenas à guitarra e o incrível Michael Kiske ficou em seu lugar como cantor. Em 1989, Kai Hansen deixa o grupo para formar o Gamma Ray. Kiske permanece por  mais dois álbuns, saindo em 1993.

 

 

No lugar de Kiske, o vocalista Andi Deris assumiu para permanecer na banda até hoje, completando em 2017 vinte e quatro anos na banda.

Este ano os fãs da banda que praticamente fundou o power metal foram presenteados com uma turnê que reunirá os três vocalistas, a Pumpkin United Tour. Confira no vídeo abaixo nossa conversa com o baixista Markus Grosskopf falando sobre o surgimento da ideia, facilidades dificuldades e muito mais (ative as legendas em português):

 

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Se preferir, leia a entrevista completa:

Como você está?

Olá, eu estou muito bem, obrigado.

Os fãs de power metal não poderiam estar mais felizes com a reunião do Helloween. E é algo que exige muito trabalho para fazer acontecer. Como a ideia surgiu e como ela se desenvolveu até esse ponto?

Bem, isso na verdade foi há uns 2 anos atrás quando aqueles dois caras que estão fazendo as abóboras que você verá hoje à noite no telão, eles são dois amigos nossos, se tornaram grandes amigos. Eles começaram o livro, sabe, o Hellbook [sobre a história da banda]. E com o Hellbook nós começamos a pensar naqueles ótimos tempos e em todas aquelas fotos, e as coisas que estão nele. Trouxe de volta algumas emoções. E o Kai estava tocando com Michael Kiske em uma banda nessa época, o Unisonic, sabe? E então nós demos algum tempo, e no momento certo nós pensamos em fazer uma tentativa, sabe? Acabou sendo uma ótima ideia. Os cantores são ótimos, e o show… Nós ainda estamos trabalhando em algumas coisas para entrosar, mas está ficando melhor a cada dia. Eu gosto muito.

Roland Grapow e Uli Kusch não estão nessa turnê. Houve alguma conversa com eles para juntarem-se a vocês ou há alguma chance disso acontecer no futuro?

Na verdade não, porque haveria muita gente. Mas também porque foi feito para ser tipo uma reunião do tempo do Keeper [of The Seven Keys], bem no início. Essa é a verdadeira ideia da coisa toda. Então eles não pertencem a essa área, entende? Se a gente tivesse que levar todo mundo em turnê, bem… A gente queria relembrar essa época do crescimento, do início com os dois álbums Keepers, Wall Of Jericho e coisas assim.

E turnês de reunião são cada vez mais comuns. Desde o Rage Against The Machine em 2010 até o
Guns N’ Roses ano passado. Os anos de experiência torna essa vida na estrada mais fácil de alguma maneira?

Claro, com essa formação temos shows maiores, o que todo mundo gosta, os fãs estão realmente gostando. É ótimo, nós não estamos demitindo nenhum guitarrista ou vocalista, mas sim os deixando e aumentando a coisa toda. E isso
deixa ainda mais interessante para as pessoas, eu acho. Porque nós tivemos um enorme sucesso com Andi, e tivemos grande sucesso com Michael Kiske e Kai Hansen. Então combinamos essa verdadeira ideia de estar juntos novamente. Não apenas uma reunião normal, mas acrescentar algo ao tempo do Helloween sem eles e combinar com algo do tempo em que eles estavam lá. É uma ótima combinação de todo o sucesso que o Helloween já teve.

E qual foi a coisa mais difícil em fazer um projeto grande como essa reunião?

Bem, se reunir e ensaiar. O Helloween sem eles nós temos uma certa rotina acontecendo. Aí mais dois caras entrarem já fica completamente diferente. Nós tivemos que destruir um fluxo de trabalho e criar um novo fluxo de trabalho, com dois novos membros. Isso tomou bastante tempo para ensaiar, para nos reunirmos não apenas tocando, mas também no jeito que nós trabalhamos juntos. E fizemos essa música entre os ensaios, sabe, a música United, para ver como soa, como nos sentimos… Não era tão fácil, porque estávamos sempre entre escrever música e ensaiar para essa grande turnê. Mas foi a unica maneira que encontramos de fazer as coisas funcionarem até aqui, e até agora funcionou bem. Não é sempre fácil, mas… Achar uma base para trabalhar foi a parte mais difícil, e ainda estamos trabalhando nisso, sabe? Mas está ficando melhor, estamos encontrando caminhos. Os dois cantores [Deris/Kiske] estão juntos… Estão combinando perfeitamente, entende? É legal, eu gosto muito.

Como foi a preparação para esse turnê? Eu digo preparação no sentido físico e também na escolha das músicas para o setlist, coisas assim.

Foi bem difícil escolher quais músicas iríamos tocar. Mas nós tínhamos em mente que se nós ficarmos juntos mais tempo do que apenas para essa turnê. Se nós fizermos mais turnês, podemos sempre mudar o setlist, colocar algumas músicas novas ou algumas músicas antigas, ou algumas músicas muito diferentes, algumas muito velhas, coisas assim. Mas nosso preparo foi… Duas semanas ensaiando, duas semanas de descanso, duas semanas ensaiando, duas semanas de descanso… Então tivemos cinco blocos de ensaios e, entre eles, algum tempo para pensarmos sobre as coisas. Foi muito bem organizado, sabe? Se você ficar mais do que duas, ou três, ou quatro semanas ensaiando, sua mente fica tão cheia disso… Então colocamos duas semanas de descanso entre isso, o que deixa sua cabeça livre novamente.

E sobre a relação de vocês com o Brasil. Vocês recém vieram de São paulo, onde gravaram o show para um futuro DVD. Por que escolheram São Paulo? Era o plano desde o início?

Porque é legal! Só temos a agradecer ao Brasil, à America do Sul em geral. Nós temos uma recepção calorosa, ótimos shows, pessoas emocionais, sabe? Nós apenas amamos!

Como é o sentimento após cada show? É nostálgico, memórias voltam do passado?

É legal, você fica com muita energia em você. Eu não consigo ir para a cama. Eu tenho que aguentar um pouco e tomar algumas cervejas para dar uma acalmada. E agora o show está mais longo, são quase três horas. Demora mais para se acalmar após o show… Então você toma mais cerveja! Ou “casascha”…

É “cachaça”…

Não, mas eu chamo de caSASCHA Gerstner [guitarrista]. E KAIpirinha Hansen [guitarrista e vocalista]

Que banda você gostaria de ver se reunir?

Se você me perguntar, eu me sinto bem quando todos os demais se sentem bem. Se eles se sentem bem se reunindo, eu acho legal, quando todos querem fazer isso. Angra seria legal, sabe? Sepultura seria legal, porque eles são irmãos, eles deveriam se reunir

 

 

Formado em jornalismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) desde 2014, iniciou a jornada nesse meio colaborando em diversos sites especializados em rock e heavy metal ainda em 2007. Fundador do Heavy Talk.

 
Categoria: Entrevistas · News




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