BJ do Tempestt e o Brasil na música gringa
Postado em 04 de dezembro de 2017 @ 08:34 | 4.302 views


Muito se fala sobre o atual momento da música pesada no Brasil e suas dificuldades. Porém, tem muito brasileiro indo para o exterior e construindo carreira lá fora. Um exemplo é o vocalista BJ, da banda Tempestt.O Tempestt é uma das mais clássicas bandas de hard rock do Brasil, fundada em 1999. Seu vocalista e idealizador é o BJ, que conversou com a gente em uma breve entrevista na Expomusic 2017. Embora o Tempestt tenha lançado seu último disco há dez anos, em 2007, a banda continua na ativa e tem trabalhado, com cuidado, no seu próximo lançamento.

 

 

Entretanto, o foco da nossa conversa permaneceu sobre o que BJ tem feito com sucesso na atualidade. Para muitos que não sabem, ele tem conseguido ganhar uma grande expressão na América do Norte e Europa, lado de Jeff Scott Soto. Jeff é um dos mais respeitados cantores do mundo desde que foi lançado ao estrelato como cantor da banda de Yngwie Malmsteen. O registro mais popular de sua voz (que você provavelmente já ouviu) foi como vocalista da banda fictícia Steel Dragon, do filme Rockstar. Porém, é dublado pelo ator Mark Walberg, que deu vida à imagem do vocalista no filme.

 

Abaixo você vê nossa entrevista e como a caminhada internacional começou na vida de BJ:

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Uma interessante reflexão que podemos fazer sobre essa entrevista é como tenta-se construir um caminho inverso ao tradicional para vencer uma aparente crise do rock no Brasil. Até hoje a tendência é que se importe para o Brasil bandas de fora. Isso dificilmente vai mudar, devido ao grande aquecimento do mercado europeu e norte-americano para a indústria musical (e isso inclui o rock e o heavy metal). Unido ao fato do Brasil ser um país latino, culturalmente voltado para ritmos quentes e gingados (o que coloca melodia em vantagem à técnica), a música pesada tem se tornado cada vez mais nichada.

Devido a isso, o caminho contrário seria justamente músicos brasileiros procurarem oportunidades no exterior. E, confessemos, em alguns notáveis casos deu certo. Recentemente noticiamos que o baterista brasileiro Aquiles Priester foi contratado para um turnê ao lado do W.A.S.P. (sem contar sua tentativa de integrar o Dream Theater alguns anos atrás).

Outro caso notório é o guitarrista Kiko Loureiro no Megadeth. Nesse caso, um efeito ainda mais demarcado. Kiko já havia uma grande popularidade entre os admiradores de metal no Brasil. Mas precisou ir para o exterior e integrar uma banda gringa para ser reconhecido no Brasil por pessoas que não são grandes conhecedoras do heavy. Marca disso é a participação de Kiko em uma entrevista solo no Programa do Jô (o maior talk show da história da televisão brasileira), no The Noite (o mais popular talk show brasileiro da atualidade), sem contar diversos portais online de grande abrangência (não-especializados em metal) que passaram a conhecer Kiko após sua entrada no Megadeth.

E são inúmeros os casos de outros músicos de bandas menos conhecidas procurando oportunidades em um mercado que parece dar mais espaço do que o brasileiro. O quanto isso pode ser prejudicial ou saudável para o rock no Brasil apenas o tempo dirá. Enquanto esperamos os efeitos, torcemos pelo sucesso desses artistas, incluindo BJ.

 

Formado em jornalismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) desde 2014, iniciou a jornada nesse meio colaborando em diversos sites especializados em rock e heavy metal ainda em 2007. Fundador do Heavy Talk.

 
Categoria: Entrevistas · News
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