Álbum acústico do Angra previsto para outubro, talvez sem Kiko Loureiro
Postado em 22 de maio de 2016 @ 17:48 | 3.187 views


Conversamos com Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra, sobre a turnê de 20 anos do disco Holy Land, as conciliações de agenda com Kiko Loureiro tocando no Megadeth e sobre o futuro álbum acústico do Angra. Além disso, tentaremos desvendar o que é Z.I.T.O.!

 

Como está sendo mais essa visita a Porto Alegre?

Rafael Bittencourt: Legal! Dessa vez um pouco diferente né, a gente tá celebrando os 20 anos do Holy Land. Pretendemos tocar na integra o Holy Land hoje, na ordem original. E também músicas da fase nova. Então é um contraste bem grande que as pessoas podem ver do que a banda era há 20 anos atrás…

A proposta é a mesma, mas mudou a forma como a gente faz isso hoje em dia . Então acho isso interessante para o fã. Graças a Deus tem tido bastante gente nos shows, todos tem sido lotados, e isso é importante pra gente porque, nesse momento, a gente entende que o fã que é presente nos shows é aquele que realmente acompanha o Angra independente da formação, independente da situação, né. E isso pra gente é muito motivador, saber que eles estão la.

A gente mora em uma cidade que fica há 120 km daqui…

Bittencourt: Qual é?

Tramandaí, uma cidade do litoral. Então no caminho pra cá ligamos o Spotify para ouvir Angra. Encontramos lá o Secret Garden e o Live. Isso é uma coisa que repercutiu bastante nas redes sociais, né. A gente queria saber se tem uma perspectiva de que todos os álbuns do Angra venham a comparecer no Spotify, ou Deezer, ou qualquer outro serviço de streaming e o que impede isso no momento?

Bittencourt: O que impede são questões autorais, não só das autorias das músicas, mas questionamentos com relação à propriedade desse material. Mas eu acredito que tá num passo bom a conversa com todos os envolvidos… Eu espero que esse ano, que é o ano que o Angra faz 25 anos, eu espero que esse ano a gente consiga solucionar isso aí. Porque pra mim é uma tristeza não ter.

Pra nós também. Aproveitando que vocês estão comemorando o Holy Land, queremos saber uma questão meio de fã… Por que o Holy Live nunca saiu inteiro? E existe algum registro em vídeo dessa apresentação que talvez possa ser resgatado?

Bittencourt: Registro em vídeo acho que só amador, possivelmente de alguém na plateia. Oficial nosso não. Na época a gente não tinha muita experiência. A gente ouviu o material e achamos que não tocou tão bem, sabe. Por essa razão a gente não soltou tudo. Mas você tem razão, o material em áudio existe!

E hoje em dia, com os recursos do estúdio digital, acho que a gente conseguiria dar um tapa, mexer o que foi errado, trocar nota.. Você faz muita coisa hoje na pós-produção de um show que salva muitas vezes o material. Você tem um riff que aparece muitas vezes, você pode cortar aqui e colar lá na frente. Na época não tinha tanto esses recursos então a gente meio que teve que segurar uma parte. Mas acho que seria legal rever sim esse material e relançar.

Vocês tinham o planejamento de lançar um material acústico com o Angra. Agora que o Kiko está excursionando com o Megadeth vocês estão com o Marcelo Barbosa substituindo ele por enquanto. Eu queria saber como vocês estão conciliando as agendas, se esse projeto acústico permanece e se vocês fizeram alguma alteração em como vão lidar com todo o trabalho.

Bittencourt: Olha, o projeto acústico na verdade não é bem um projeto, é um sonho. É um sonho antigo que eu tenho de fazer um show acústico especialmente porque eu gosto de mostrar as músicas em uma versão mais crua, enfatizando mais a harmonia, a melodia, as letras, a parte canção das músicas que muitas vezes cheio de elementos, riffs, batera, agudos, distorção de guitarras e tal…

Nem sempre o público consegue perceber. Uma beleza da musica que muitas vezes fica escondida pra quem não tem ouvido pra distorção de guitarra, muitas pessoas não conseguem ouvir ruído. E tem um trabalho de harmonia, melodia e letra que eu gosto de enfatizar, entendeu? E eu acho que sem a guitarra ou outros elementos dos arranjos a gente consegue chegar nessas pessoas. E eu quero que todas as pessoas gostem de Angra, não só o publico metal.

Então é um sonho que eu tenho, não bem um projeto. Ele permanece. Eu achei que por ser 25 anos da banda seria bastante oportuno fazer o show agora, mas também depende de outras coisas.

Conciliar a agenda com o Kiko eu já não tenho essa pretensão. Porque ele tá super super ocupado com o Megadeth e não tem como contar com ele. O que eu posso é desejar que ele apareça. Ele tá no Brasil esse final de semana, só que tá fazendo uns cursos que ele tá lecionando. Eu posso convidar, e eu sempre convido.

Pro acústico a gente tem uma data prévia, que é outubro, e ele também não pode. O que eu não quero é ficar esperando, empacando a banda por conta da agenda dele. Mas tudo que a gente tá planejando eu to informando, e a gente planeja junto, inclusive. Eu falo com ele praticamente todo dia por whatsapp, então a gente planeja muita coisa junto.

Por enquanto o Megadeth tá numa fase muito boa, porque eles estão reconquistando o prestígio no mercado, porque o disco foi muito bem. Então ele tá lá no Megadeth, o que é bom pra gente também porque gera uma notoriedade.

Hoje é o primeiro show que o pessoal do Heavy Talk vai assistir com o Barbosa na guitarra. Eu queria saber como estão sendo os shows, se ele conseguiu se entrosar bem, se tá bacana, o que a gente pode esperar em ver ele com vocês?

Bittencourt: O Barbosa já tinha um entrosamento pessoal porque é um amigo nosso, né. É um colega, dono de escola, a gente já fez muitas coisas juntos na escola dele. Então já tem um entrosamento pessoal.

No palco tá cada vez mais legal, são poucos shows que a gente tem juntos e ontem, por exemplo, foi um show super solto. Ele ta encontrando a confiança, uma sensação de estar à vontade, tá indo muito bem. E como guitarrista é inquestionável… É um guitarrista de mão cheia e vocês vão ver. Não precisaria ter entrosamento pra vocês verem que o cara toca pra caramba.

Fugindo um pouco da questão do Angra, tem um DVD do Bittencourt Project que tá pra sair aí né? Eu queria saber qual é a sua intenção de promover esse DVD, se vai ter turnês relativas a isso, se vai ter algum trabalho nesse sentido.

Bittencourt: Sim. Eu to um pouco atrasado, até vou aproveitar essa oportunidade pra pedir desculpas, porque eu havia dito pras pessoas que eu ia começar a entregar esses DVD’s em abril. Aí joguei pra maio, agora junho… Eu espero o mais rápido possível, porque eu me sinto totalmente em débito.

Porque é um DVD que foi produzido junto com os fãs. Foi um crowdfunding, que é um financiamento coletivo. Ou seja, o próprio fã ou admirador em geral que ajuda o financiamento do projeto. E eles ajudam de antemão, sem ver o produto, sem saber o que você vai fazer. Então pode ser um lixo e eles já pagaram.

Então me sinto num compromisso muito sério de, primeiro, contentar e chegar a um produto que esteja a altura, e ao mesmo tempo entregar logo pra que ele não se sinta injustiçado. Ao mesmo tempo é um negócio que dá muito mais trabalho do que eu imaginava.

Os cálculos que eu fiz de planejamento e de tempo foram baseados nos projetos do Angra, só que no Angra eu tenho muito mais ajuda. Eu tenho o Paulo que é o empresário, tem o Kiko, tem o Felipe, tem eu mesmo. A gente distribui, tem uma equipe maior.

No caso do Bittencourt Project tudo é enxuto, tudo sou eu que tenho que pessoalmente participar. Desde a negociação com editora, com gravadora, distribuição, até o cara da capa, foto, maquiadora, o áudio, o vídeo, as imagens, as fotos… Tudo depende de mim, então demora muito mais. Porque eu também não faço só isso, só o Bittencourt Project.

Então aproveito essa oportunidade pra pedir desculpas pra todos que estão apoiando, mas fiquem tranquilos que vai sair um DVD de muita qualidade, eu to muito feliz com o resultado mesmo! Acho que é o primeiro trabalho que vai mostrar o ponto que eu estou como artista, independente do Angra, o ponto que eu to de criativo e tal. E na verdade o show é do disco que saiu em 2008.

Então as musicas já são até ultrapassadas pro que eu to criando hoje, mas eu queria fazer algo que retomasse aquilo, porque foi muito importante pra mim esse disco,o Brainworms, e eu não pude dar a enfase que eu queria. Então eu quis retomar e a partir dele recomeçar a construir minha carreira individual.

Nossa ultima pergunta é uma pergunta que, citando Wesley, um pensador contemporâneo brasileiro…

Bittencourt: O safadão?

Exato! É uma pergunta que existe 99% de chance de você não responder, mas aquele 1% tem esperança… O que é Z.I.T.O.?

Bittencourt: O que é Z.I.T.O.? Bom… Vamos lá. Talvez… Tenha chegado a hora.

Será que eu vou ter a honra?

Bittencourt: É possível que tenha chegado a hora. Eu preciso ouvir aqui [as entidades] se eu estou com essa permissão de esclarecer,,,

[silêncio]

Bittencourt: Numa próxima!

 

 

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Categoria: Entrevistas · News
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