O Shaman era um sonho. Para muita gente.
O Andre era um sonho. Para mais gente ainda.
Ele criou o caminho que centenas de milhares quiseram trilhar. Ele foi o maior herói do heavy metal brasileiro. Mesmo quem não era um fã da sua música respeitava o seu legado. O que o Andre construiu era ilibado e incriticável. Ele realizou o impossível (como um herói faria).
E mesmo em uma época onde o cinema nos apresenta a possibilidade de heróis morrerem, não estávamos preparados para perder um na vida real.
O Andre foi meu maior ídolo na música. Me tornar amigo dele era um sonho (que eu mal entendo como foi realizado). Ser respeitado e elogiado por ele sempre foi surreal. O Heavy Talk existe por causa dele. Ele foi a primeira entrevista, e foi quando eu percebi que eu deveria ter um canal de entrevistas. Ele era o alicerce sobre o qual eu construí o meu trabalho.
Eu perdi um ídolo. Eu perdi um amigo. Eu perdi parte de um sonho. Eu perdi o alicerce.
Mas eu não perdi a memória. O que é eterno nunca morrerá por completo. Com a partida dele, se encerram muitos sonhos. O sonho do Shaman com a formação original, o sonho de uma reunião com o Angra incluindo ele, o sonho de conhecer um ídolo, de tirar uma foto… No meu caso, o sonho de mais uma conversa absurda sobre criação de renas ou tribos pré-históricas.
Andre, a ideia de que eu nunca mais conversarei com você sempre me arranca lágrimas. E eu acho que isso não vai passar com o tempo. Se conformar, sim. Superar, em parte. Esquecer, jamais.
Mas seguimos em frente, como sugere seu maior sucesso. O Andre nunca gostou de olhar para trás. Quando uma banda não dava certo, ele encerrava e começava outra ainda melhor, sempre lembrando dos acertos anteriores.
Que a gente possa seguir da mesma forma. Lembrando sua grande vida e obra. Muitos sonhos morreram, mas muitos estão por vir. O Sinistra com Luis, os discos solo do Hugo, os infinitos trabalhos do Fabio, o legado do Ricardo, as celebrações do Angra, a continuidade do Viper, a inspiração para centenas de bandas… A própria continuidade do Shaman, que eu acho que deve permanecer de pé.
E nós temos que erguer essas bandeiras! O Andre cumpriu a missão dele. Essa é a nossa! Pois em cada um desses novos sonhos, a memória dele estará presente, sendo homenageada e servindo de inspiração.
Obrigado por tudo, Andre. Mesmo sem estar mais aqui, você continua construindo sonhos e inspirando arte.
Nem eu mesmo sei se acredito em reencontros. Mas carrego suas palavras em Time Will Come:
“Someday you’ll be gone. Where to, you’ll never know. See you there!“
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