A banda de Porto Alegre lança seu primeiro disco como se fosse o décimo. Maturidade desde o início, dedicação e muito trabalho.
Há tempos ando desgostado com as bandas que têm surgido nos últimos 2 anos. Não que maioria seja ruim. Nada disso. Maioria até é boa. Porém, não seduz, não emociona, não sequestra nossos ouvidos.
Aliás, estudos do Instituto Heavy Talk de Especulações (risos) apontam que, de cada 100 bandas atuais:
20 são ruins: São tecnicamente ruins e deveriam mudar de direção, membros ou objetivos.
70 são boas e apáticas: Bandas que tocam bem, possuem membros talentosos mas apresentam uma série de músicas parecidíssimas umas com as outras e nenhuma delas te faz pensar “uau, você ouviu isso?“. Maioria parecem réplicas de GammaRay e Helloween. Sério, o mundo do metal melódico está saturado. Se você quiser ir por esse caminho, deixe a preguiça de lado. Trabalhe pra cacete e faça algo animal. Enfim, não falaremos sobre metal melódico aqui. Continuando…
10 valem realmente a pena ouvir: Passam a sensação de que são tão boas que deveriam estar em uma novela da Globo. Ou melhor, são tão boas que nunca vão estar em uma novela da Globo (bem mais contundente).
Entre essas 10 bandas, está a Rebel Machine. O quarteto porto-alegrense lançou recentemente seu álbum debut, que mescla stoner com hard rock, chamado Nothing Happens Overnight. Fala sério, até o nome é maneiro.
A faixa de abertura, “Don’t Tell me I’m Wrong“, já é uma pedrada. Um CD sem baladas e sem frescura. Anima você na arrancada e mantém o ritmo até o encerramento. No final desta mesma página nós colocamos o álbum deles para você ouvir no Spotify (sim, eles estão inseridos nesse mundo mágico da tecnologia que facilita tanto a nossa vida… Siga os caras lá).
“It Doesn’t Matter to Me” apresenta nos primeiros 14 segundos (to falando sério, podem contar) o trecho que você cantará mentalmente por uma semana, no mínimo. Como infelizmente eu não vou receber uma herança milionária nem acertar na Mega Sena (até porque não jogo), não poderei desempenhar minha tão sonhada profissão de diretor de blockbuster para poder inserir essa música como trilha sonora principal de alguma coisa. Então fica o apelo à banda que, ao pensar em videoclipe, observem com atenção essa música (com um carro conversível e uma highway deserta… Já que a Califórnia é muito longe, Cidreira pode ser uma ótima opção. Eu to falando sério).
Sabe o que é melhor desse disco? Sua completude. Não são algumas músicas boas em um disco. É um material HONESTO. O que isso significa? Significa que nenhuma música parece estar ali com o intuito de tapar buraco porque precisava ter oito canções na hora de prensar. Esse lance de “falta 3 músicas, vamos fazer qualquer merda” não acontece com a Rebel Machine. E é ótimo isso acontecer em um primeiro disco. Demonstra boa intenção e maturidade. Não está empurrando migalhas e sobras para quem está ouvindo o CD. Todas as músicas que estão ali precisavam estar.
Logo abaixo, você pode conferir o álbum completo no Spotify. Se você mora na região de Porto Alegre, poderá ter a honra de comprar pessoalmente no PRIMEIRO show da banda.
Você não leu errado. A banda pensa de forma tão sólida que todo esse trabalho super competente foi feito literalmente do berço. O disco veio antes da tour. Não lembro de outro exemplo igual para descrever aqui. Mas voltando ao assunto…
Você poderá ter a honra de comprar o disco pessoalmente no primeiro show da história da banda. Imagina se daqui alguns anos esses caras estão no patamar de Alice In Chains, Motorhead, Mc Biel, etc., e você vai poder falar que viu O PRIMEIRO show! Não seria demais? Ok, voltando ao assunto de novo (eu perco o foco com facilidade)…
A banda se apresenta no Divina Comédia, em Porto Alegre, na sexta-feira do dia 2 de setembro. A Cattarse também participará como banda convidada. Obviamente o Heavy Talk estará lá para entrevistar a banda e curtir o show.
Tags: Rebel Machine
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