Apocalyptica delira público gaúcho com tributo ao Metallica
Postado em 29 de novembro de 2017 @ 15:23 | 3.270 views


Que a Finlândia é a terra do metal, todo mundo já sabe. Mas nem todos imaginam que lá também se formam excelentes músicos clássicos. É o caso do Apocalyptica!

Unindo o estilo clássico de tocar um instrumento tão “sério”, como é o violoncelo, aliado ao instrumental do metal. Neste caso, o Metallica. Os finlandeses do Apocalyptica trouxeram para a capital gaúcha a tour que celebra 20 anos do debut da banda Plays Metallica by Four Cellos, contendo somente canções da banda liderada por Ulrich e Hetfield.

Muitos fãs presentes (que quase lotavam o lendário Bar Opinião), conheceram a banda pós-fase de covers, quando o grupo começou a criar músicas próprias nos primeiros anos da década passada, sempre contando com participações vocais do mais alto nível, como Ville Valo e Corey Taylor, até finalmente contar com o excelente Franky Perez como vocalista fixo. Com três violoncelos, uma bateria e um vocal, a banda excursionou durante os últimos anos tendo essa formação. Mas para celebrar o debut lançado 20 anos atrás, tivemos algumas mudanças no lineup atual…

A primeira grande mudança foi recrutar novamente um dos membros clássicos da banda, Antero Manninen (que deixou o grupo muitos anos atrás para dedicar-se somente ao trabalho com orquestras na Finlândia) também conhecido como Mr. Cool, pelo fato de permanecer praticamente imóvel o show inteiro em uma apresentação intimista e introspectiva. A segunda foi manter o baterista Mikko Sirén, mas entrando apenas na segunda parte do show, em que executam os covers que foram gravados após o primeiro disco. A terceira e última mudança foi deixar de fora o vocalista Franky Perez, que além do Apocalyptica, tem alguns projetos paralelos, sendo o único integrante que não mora na terra dos mil lagos.

À frente da banda, os três carismáticos violoncelistas Eicca Toppinen, Perttu Kivilaakso e Paavo Lötjönen ditam o ritmo e mostram toda a técnica que os colocam no patamar dos melhores instrumentistas clássicos da região nórdica.

 

Veja abaixo nossa cobertura do show em vídeo:

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Ainda que a belíssima produção da Abstratti tenha feito um excelente trabalho de divulgação, foi visível a reação triste de alguns fãs presentes que admiraram o fato da banda anunciar, após as primeiras músicas, que o show seria somente com canções do Metallica, deixando de fora hits como I’m not Jesus e Bittersweet.

Com uma iluminação intimista, focada apenas nas quatro cadeiras que abrigavam os integrantes, deixando ao fundo a bateria que seria usada somente no ato II do show, o espetáculo começou deixando a casa perplexa, tamanha a precisão e maestria que os integrantes executavam o debut dedicado ao Metallica.

Hits clássicos como Enter Sandman e The Unforgiven ganhavam um drama maior nos timbres graves que ecoavam pela casa de shows.

Como Eicca fez questão de ressaltar, o show era um karaokê, enquanto a platéia deveria ser a voz.

Apesar do violoncelo ser um instrumento pesado e de rara movimentação por conta de ser tocado na maioria das vezes por alguém sentado, é admirável o modo como Perttu e Eicca desfilam pelo palco ao mesmo tempo que balançam suas cabeças e madeixas extremamente admiradas por 90% da ala feminina presente na multidão. Paarvo faz questão de agitar a plateia como se ditasse o ritmo das palmas, enquanto Mr. Cool… bom, ele não erra uma nota, mas tirando os braços que se mexem constantemente, mantém uma postura ereta escondido visualmente atrás de um par de óculos.

Welcome Home (Sanitarium) finaliza o primeiro ato e, após alguns breves minutos de silêncio, a banda volta acompanhada do baterista Mikko, que desde 2005 acompanha a banda como integrante fixo.

É notória a energia que o quarteto ganha com a entrada da percussão e bateria. Diria que é algo parecido como quando o Ranger branco aparecia ajudando os Power Rangers em um momento de crise. Aqui não há crise, e o agora quinteto não usa armadura, apenas sequências matadoras de clássicos como Fade to Black e For Whom the Bell Tolls.

Perttu, considerado um dos prodígios do violoncelo mundial, assume o microfone e, com um sotaque carregado, agradece a capital e o carinho dos fãs, aproveitando a deixa para apresentar a banda. Ele ainda brinca que quer voltar ao Brasil apresentando uma versão para Apocalyptica plays Sepultura, arrancando sorrisos dos fãs entre os suspiros que aconteciam a todo momento.

O show em si é extremamente bem ensaiado e preciso na questão instrumental. Mas sinceramente, o que fica após despedir-se do grupo é a sensação única de quem viveu uma experiência diferente de um simples show de metal.

A vontade é que eles voltem rápido, e com Franky na formação, para então mostrar seus sucessos próprios, pois definitivamente a banda não precisa mais provar nada a ninguém. Por enquanto, ficamos felizes com essa versão clássica do thrash metal.

Até uma próxima, Apocalyptica, ou em finlandês, Moikka!

 

Veja abaixo a galeria de fotos do show, por Day Montenegro da Rock Noize:

SETLIST | APOCALYPTICA EM PORTO ALEGRE | 21 DE NOVEMBRO DE 2017

Ato I

Enter Sandman

Master of Puppets

Harvester of Sorrow

The Unforgiven

Sad but True

Creeping Death

Wherever I May Roam

Welcome Home (Sanitarium)

 

Ato II (com bateria)

Fade to Black

For Whom the Bell Tolls

Fight Fire With Fire

Until It Sleeps

Orion

Escape

Battery

Seek & Destroy

Nothing Else Matters

One

 

Aspirante a jornalista, além de ser designer e escritor. Trabalha como roteirista/apresentador no Heavy Talk e como administrador/editor no HIM Brasil. Grande pesquisador do metal nacional e principalmente do metal finlandês. Força Sempre!

 
Categoria: News · Resenhas
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