Versatilidade. Esta é a palavra que melhor define Floor Jansen. A atual vocalista do Nightwish é capaz de fazer tudo que foi feito por suas duas sucessoras, e ainda mais. Lógico que sempre haverão os fãs de Tarja que não admitem que o grupo tenha continuado sem ela. Também há (mesmo que em número muito menor) aqueles que sempre afirmarão que Anette foi a melhor voz a acompanhar a banda. Se é impossível agradar gregos e troianos, Floor prova que, pelo menos, pode agradar maioria de ambos.
Alguns a criticam por ser antipática fora de palco. Tive a oportunidade de encontrá-la duas vezes e fui muito bem tratado. Independente do humor da moça, sempre fui de uma posição que o dever do artista de sucesso é ser bom. Ser simpático é um bônus que nem sempre existe (mas que, inexistindo, não desmerece o talento). E se o que importa é talento, o Revamp – projeto paralelo de Floor, é a prova de que ela vai muito além do que o Nightwish exige, exercendo até mesmo alguns guturais vez ou outra.
Organizado pela Abstratti Produtora, o show de Porto Alegre foi um presente àqueles que não tinham altas expectativas devido ao show do Rock In Rio (considerado morno por muitos). Dentro do compacto Bar Opinião, as músicas novas funcionaram muito bem. A casa não estava lotada, mas cheia o suficiente para evitarmos a fadiga de tentar transitar de um lado ao outro da pista. Muito carismáticos e sem demonstrar nenhuma fagulha de cansaço da turnê, foram quase 2 horas de apresentação que atestam o Nightwish como o topo da cadeira alimentar no gênero em que atuam.
Apesar de todos os elogios rasgados, se engana quem acha que a gigante (na voz e na estatura) Floor foi o ponto alto da noite. Marco Hietala, baixista e vocalista, tem ganhado cada vez mais espaço para cantar desde a saída da vocalista original Tarja Turunen. Sua ascensão como vocalista tem sido clara e o promoveu de “cantor ajudante” ao patamar de diversos outros grandes cantores que lideram bandas do mesmo porte. A afinação, alcance e sustentação das notas de Hietala foram um show a parte que mostram o quanto o músico se mantém, atualmente, em sua melhor forma.
Uma noite memorável aos fãs e que tem conquistado uma nova geração. Sintoma disso foi a falta de “Nemo” no setlist. Em outros tempos, sua ausência seria um ultraje. Hoje, passou despercebido e não fez a menor falta. Prova de que a banda (ou melhor, o seu mentor e tecladista Tuomas Holopainen) não se acomodou e não tem planos de viver de sucessos do passado. Nightwish ainda tem muita lenha para queimar e é capaz de produzir um sucesso atrás do outro. Exemplo claro de artistas que não têm receio de arregaçar as mangas e trabalhar.
E quanto a Jukka, o baterista ausentado por problemas com insônia? Recomendo que acorde para a vida e retorne logo, pois seu substituto Kai Hahto é um MONSTRO tocando e tem ganhado o gosto do público por todos os lugares que passa (Porto Alegre não foi diferente).
O bis ficou para a próxima. Mesmo com 90% dos fãs gritando “Wishmaster“, não foi dessa vez. Diversão, fãs satisfeitos, missão cumprida. Veja abaixo nosso vídeo com trechos do show:
Tags: Floor Jansen • Marco Hietala • Nightwish • Tuomas Holopainen
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